O mundo de Yang – resenha
Sabe quando a gente é adolescente e tudo parece fácil demais e ao mesmo tempo muito difícil? Pois é nessa pegada que vamos acompanhar a trajetória de Yang, um adolescente/jovem que deve salvar o universo das trevas que quebraram o equilíbrio do universo. Tudo deve ser o mais alinhado possível, cada coisa em seu lugar e, quando algo foge a essa regra, o universo se encaminha de fazer algo para alinhar tudo novamente. Yang é o escolhido da vez e deve cumprir essa difícil tarefa em um mundo onde tudo pode acontecer e ele não faz ideia de onde está ou com quem contar. Tudo que ele tem é uma voz que se comunica com ele de tempos em tempos, mas, nunca se mostra. Yang deve enfrentar inimigos, o problema é que esses inimigos nada mais são do que representações de maus sentimentos e muitos deles se encontram dentro do próprio Yang, porém, o jovenzinho é bastante destemido e não se dá por vencido de forma alguma. Orlandeli nos traz uma forma otimista de olhar para dentro de nós mesmos e nos avaliar quanto ao que somos e/ou o que temos a oferecer de melhor para nosso próximo. Através das páginas de O mundo de Yang o autor nos coloca a observar mais nosso caminho rumo ao futuro, ver nossos medos e tudo aquilo que faz com que fiquemos parados ou até cheguemos a nos tornar pedras no caminho das outras pessoas. A narrativa nos coloca contra a parede quanto a forma como lidamos com nossos problemas e problemas dos outros, a coloca em xeque em como lidamos com as coisas do nosso dia-a-dia e mostra o descaso que muitos tem ao se depararem com determinadas situações que julgam não ser do interesse e optam por deixar para lá ou até mesmo tirar sarro do próximo que batalha para conseguir vencer. O quadrinho tem uma linguagem simples, é cheio de ditados populares que podem até estarem esquecidos, mas que são tão atuais quanto todos os problemas que estamos enfrentando. Nem todo problema é para ser enfrentado na hora, alguns requerem uma boa observação, avaliação para uma vitória futura, afinal, “uma possível vitória no futuro é melhor do que uma iminente derrota no presente”
Bem, eu sou uma pessoa que curte a cultura pop tendo um apreço maior pelo estudo de quadrinhos e jogos. Uma pessoa que ama aprender lições no que lê, joga e ama ainda mais transmitir o conhecimento e partilhar as experiências aprendidas no processo. Não se trata apenas de ler, jogar, se divertir. Se trata de fazer tudo isso e contribuir para a construção de um mundo melhor dentro e fora da páginas ou telas.
